quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Medo ajuda a não termos comportamentos impulsivos

"Sentir medo nem sempre é sinal de que há algo ruim ou errado"


Você já parou para pensar em qual é a função do medo? Para que ele serve?

Quantas vezes por dia você pronuncia a palavra medo?

Quantas vezes o medo te impede de fazer coisas?


Quantas vezes você já tomou decisões baseado no medo?

Quantas vezes já ficou paralisado em função dele e deixou de viver algo que gostaria?

Você já parou para pensar quem controla quem?

Vamos compreender um pouco mais o que é o medo e como podemos utilizá-lo a nosso favor e não contra nós.

O medo é algo presente não só na vida dos seres humanos, mas também dos animais. Diante do medo nosso organismo libera adrenalina, o hormônio que dá sustentação para ações como "bater ou correr".

Os animais, diante do medo, emitem três possíveis comportamentos de acordo com a percepção que eles têm da situação: atacar, paralisar-se (fingir-se de morto) ou fugir.

Dessa maneira, os próprios animais irracionais utilizam o medo para avaliar o contexto e, diante de sua percepção sobre o medo, terão uma reação diferente.

Se nós somos considerados animais racionais, por que então agir sempre do mesmo modo independente da situação que se apresenta?

Utilize o medo como um farol amarelo

O medo não deve servir como um farol vermelho para te travar diante de todas as situações ou ainda te afastar das mesmas, mas sim, como um farol amarelo, onde você deve parar, observar, raciocinar e então agir. Ele nos ajuda a não termos comportamentos impulsivos.

Sentir medo nem sempre é sinal de que há algo errado ou ruim. Às vezes pode ser algo novo e diferente e, por ser desconhecido, pode assustar. O medo pode também aparecer diante de eventos que você julga não ser capaz de enfrentar ou lidar (percebendo em decorrência disso a situação como sendo de risco ou ameaçadora). Enfim, há inúmeras possibilidades de "leituras" que podem ser feitas da realidade e que podem nos causar medo.

A questão aí é: a vida não para. Se você ficar parado, ela irá passar por você e, quando se der conta, você já terá deixado passar diversas oportunidades que podem nunca mais voltar.


Use o medo como um lembrete para parar por alguns momentos (como um farol amarelo) e refletir. E, então aja. Se ele será um conselheiro ou seu pior inimigo é você quem decide.


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Ser feliz é muito mais uma questão de escolha

"... não se faz necessário precisarmos de problemas maiores para só então valorizarmos a vida que temos"

Era uma vez, em um pequeno vilarejo, um homem que morava com sua família. Mas o homem sentia-se completamente infeliz. Reclamava de tudo e de todos. Queixava-se de inúmeros problemas. Ora implicava com os filhos, ora a casa que era pequena demais, a esposa que não era boa o suficiente... Nada o satisfazia.

Um dia, cansado de tanto sofrer, resolveu procurar o sábio da aldeia e pedir o seu conselho.

Contou sua história para o sábio que então lhe disse:

- Vai, meu filho, compre um bode e o coloque dentro de sua casa e me procure daqui um mês.

O homem se surpreendeu com aquilo, mas resolveu acatar o conselho.

Passado o período de um mês, o homem voltou a procurar o sábio e lhe disse que estava mais infeliz ainda, que tinha mais problemas agora com sua casa suja, barulhenta, com menos espaço e mal cheirosa. Perguntou ao sábio o que deveria fazer. E o sábio lhe disse:

- Vá, tire o bode de sua casa e me procure daqui um mês.

E ele assim fez. Sentiu tanto alívio por se ver livre do animal que passou a ver tudo diferente; a partir daquele dia se tornou um novo homem. Começou a descobrir e a valorizar tantas coisas que sempre tinham estado à sua volta das quais ele sequer tinha percebido a existência.

Conto essa parábola para trazer a reflexão do quanto muitas vezes reclamamos das coisas, estamos insatisfeitos, maldizemos a vida, ficamos de mau humor, sendo que temos somente problemas corriqueiros para resolver.

Só passamos a enxergar e valorizar isso quando realmente aparece algo sério. No entanto, não é necessário termos problemas maiores para só então valorizarmos a vida que temos. Podemos trabalhar nossa consciência, percepção e estarmos acordados para enxergar sem exageros o que realmente se apresenta a nós. Ser feliz é muito mais uma questão de escolha do que de situação.


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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Deveríamos utilizar a dor como aliada

"É tão imenso o medo da dor do parto que nem se permite a chance de entrar em contato com ele..."

Dor é algo que a maior parte dos seres vivos sente. Há alguns que por questões de anomalias genéticas não sentem dor, o que pode lhes gerar sérios problemas com relação à sua vida e sobrevivência. Posto por esse ângulo, dor tem função.

Por que então nós rechaçamos tão fortemente a dor? Ela não será uma reação natural de nosso organismo frente a algo que ele percebe?

Vamos entender uma pouco mais sobre a dor. Há dores físicas, há dores fantasma (percebidas por pessoas em membros que foram amputados), há dores emocionais. Via de regra, nós evitamos situações em que haja a possibilidade de sentirmos qualquer possibilidade de dor. Grande exemplo disso é o altíssimo número de cesáreas eletivas que ocorrem no Brasil. É tão imenso o medo da dor do parto que nem se permite a chance de entrar em contato com ele, corre-se para agendar um procedimento garantindo que essa dor não aconteça. No entanto, seria a natureza burra ao ponto de nos fazer sentir dor sem motivo algum?

A dor de cabeça nos mostra que há algo acontecendo e que precisamos cuidar disso. A dor do parto nos mostra que chegou a hora do bebê nascer e que precisamos nos preparar para toda uma nova vida que teremos daí para adiante. É uma dor vista por muitas pessoas como um ritual necessário para essa transcendência de mulher para mãe.

E as dores do coração? Terão qual função?

Será que elas não nos ensinam quais caminhos e escolhas são benéficos para nós e quais não?

Será que ao sentir dor após ter tido determinado comportamento, isso não pode ser percebido como algo a não se fazer mais?

Será que ao fazer certa escolha e essa lhe machucar não pode ser percebida como um alerta de que essa não é a direção?

Será que então ao invés de negarmos ou lutar com as dores, não faz mais sentido as usarmos como aliadas, aceitando-as e nos entregando a elas, podendo assim passar por elas com menos resistência e assim absorver o que deve ser aprendido?

Quando lutamos contra a dor ela só aumenta. Quando relaxamos e não a vemos como inimiga ela se torna mais tranquila de lidar. Passa a não ser mais algo a ser extirpado, mas sim, vivido.

Não nos alienemos de nossas dores. Se elas se fazem presentes, precisam ser observadas e digeridas. Não temos a possibilidade de aprender se a negamos (bebendo, fugindo, arranjando logo outra pessoa para ocupar o vazio da anterior etc)


Reflita sobre isso e quais os possíveis efeitos de aceitar e abraçar algo que é natural à nossa condição de humanos.

Leia este texto também Via Estelar.