segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Existem cinco modos de expressar o amor. Descubra o do seu parceiro


"As cinco linguagens do amor são: toque físico, palavras de afirmação, tempo de qualidade, atos de serviço e presentes. Descubra a do seu parceiro e passe a utilizá-la junto com a sua. Isso trará uma fina sintonia ao casal".

As pessoas têm uma maneira única de demonstrar amor? Todos temos os mesmos comportamentos quando queremos ser afetuosos? Se o outro não age de determinada maneira, quer dizer que ele não se importa comigo ou não gosta de mim?

 
Essas e outras perguntas são respondidas pelo antropólogo, historiador, filósofo e terapeuta conjugal norte-americano Dr. Gary Chapmam em seu livro: “As cinco linguagens do amor”. Esse autor trabalhou por aproximadamente três décadas aconselhando casais e famílias. Com isso, desenvolveu uma teoria sobre as cinco linguagens básicas nas quais o amor é expresso e compreendido.
 
Teoria
 
Ele teoriza que cada ser humano possui uma forma com a qual se identifica no modo de dar e receber amor. Ele denomina essa forma de “linguagem” e aconselha que prestemos atenção às diferenças no nosso trato com o outro, para descobrirmos nossa própria “linguagem”, bem como a do parceiro. Dessa maneira, fica mais fácil para demonstrar o seu afeto ao outro de modo que ele compreenda, bem como reconhecer como o outro está demonstrando o seu amor.
Podemos fazer a seguinte analogia: expressar amor em sua própria linguagem a alguém que possui outra é o mesmo que fazer uma declaração em japonês pra alguém que só fala russo. Isso explica por que em algumas situações pode haver discussões com namorados ou cônjuges a respeito de um ou outro não se sentir amado ou querido. Pode ser que a linguagem utilizada não seja a mesma.
Da mesma maneira que não nascemos falando, mas sim aprendemos um ou mais dialetos conforme a família e cultura que vivemos, temos também a possibilidade de aprender diferentes formas de demonstrar amor. Caso hoje você se dispusesse a aprender um novo idioma, precisaria de tempo, dedicação e treino para incorporá-lo. Assim se dá também com as expressões do amor. Você pode aprender a se comunicar melhor com as outras pessoas que lhe são importantes, se praticar isso. Como o tempo, poderá inclusive tornar-se “fluente” em uma nova linguagem.
 
Como fazer isso?
 
O primeiro passo é identificar qual a sua linguagem e em seguida qual a do seu cônjuge. Normalmente temos uma que é mais proeminente (primeira linguagem) e possivelmente outras auxiliares. Ou seja, outras maneiras pelas quais demonstramos afeto, mas talvez não com tanta frequência ou intensidade. Após essa descoberta, será possível tanto expressar amor de forma que a pessoa se sinta querida, como também levar seu companheiro à percepção de qual é a linguagem que faz com que você receba de forma efetiva sua expressão de amor.
Você pode prestar atenção aos comportamentos que seu par tem quando quer lhe agradar ou lhe demonstrar carinho e esses serão grandes pistas da linguagem (s) de cada um.

Assim, faça as seguintes perguntas:
 
• O que seu (sua) companheiro(a) faz, ou deixa de realizar, que mais te magoa? O oposto a isso é, provavelmente, a linguagem do amor (primeira linguagem) usada por você.

• O que você mais solicita dele(a)? Aquilo que mais requisita dele(a) é, provavelmente, o que faz você sentir-se mais amado.

• Qual a forma mais frequente de você expressar amor a seu parceiro? Essa pode ser uma indicação de que através da mesma também se sentiria amado.
Veja abaixo a descrição de cada tipo e busque identificar o seu e o da pessoa que está com você.
 
As cinco linguagens do amor
 
As cinco linguagens do amor são: toque físico, palavras de afirmação, tempo de qualidade, atos de serviço e presentes.
 
Toque físico

O toque físico talvez seja uma das formas mais fáceis de perceber o amor. Você costuma abraçar quem é importante para você? Você gosta de andar de mãos dadas com aquele que você ama? Você fica feliz ao receber um cafuné ou um beijo no rosto? Geralmente, essa é uma das primeiras formas de comunicar amor que aprendemos. É bem comum que as crianças deem beijos e abraços naqueles que amam (pais, avós, irmãos, professores). Ao fazer isso elas estão dizendo que amam, mesmo sem falar nenhuma palavra.
Caso tenha respondido sim a essas perguntas, provavelmente essa é a sua primeira linguagem: a forma como você demonstra que ama e como gosta que as pessoas demonstrem que te amam. Pare e pense: você conhece alguém que sempre procura te abraçar, que conversa encostando, tocando em você? Se a resposta é sim, provavelmente essa é a forma que essa pessoa está dizendo que você é importante para ela, mesmo que ela nunca use as palavras para isso.
 
Tempo de qualidade

O tempo de qualidade significa o tempo que você dedica exclusivamente a alguém, sem ter outras distrações por perto. Por exemplo, o tempo que vocês se dedicam à conversa, a assistir um filme juntos, a ver fotografias, a tomar um café, etc... Se você se sente importante e amado quando alguém abre mão de fazer outra coisa simplesmente para passar tempo com você, provavelmente essa é a sua primeira linguagem. Ao mesmo tempo, se alguém exige sempre a sua presença, de forma até exclusiva, essa é a principal forma que essa pessoa encontrou para dizer que te ama.
 
Atos de serviço

Sabe aquelas pessoas que se empenham em fazer tudo para agradar? Que chegam à sua casa e lavam a louça, se alegram em ajudar a arrumar o armário e sempre estão prontas a oferecer aquela mãozinha? Essas são as pessoas que têm como primeira linguagem de amor atos de serviço. Ou seja, para elas, o amor está relacionado ao fazer.
 
Palavras de afirmação

Muitas pessoas precisam ouvir que são importantes, que são bonitas, que são inteligentes, que são competentes, precisam ouvir “eu te amo”. Essa é a linguagem das palavras de afirmação, ou seja, a manifestação verbal de sentimentos. Da mesma forma, existem pessoas que sentem a necessidade de dizer sempre o quanto amam seus amigos, o quanto eles são importantes, o quanto são legais. Ao fazer isso, está se demonstrando que palavras de afirmação é a forma de comunicar seu amor. E existem pessoas que precisam dessas palavras para se sentir importantes. Para elas não basta alguém passar tempo, dar presentes ou abraços, elas precisam ouvir o que os outros pensam. Se esse é o seu caso, palavras de afirmação provavelmente é a sua primeira linguagem.
 
Presentes

Quem gosta de ganhar presentes? Posso arriscar que muita gente. Quem gosta de dar presentes? Nem todos. Presentes é uma linguagem peculiar e não está necessariamente ligada ao valor do regalo. Se você é do tipo que sempre que viaja pensa em trazer lembranças para seus amigos e familiares, fica refletindo o que tem a “cara daquela pessoa”, que nunca se esquece de comprar um presente nos aniversários e que até mesmo se desaponta quando as pessoas se esquecem de te presentear, provavelmente essa é a sua linguagem.
 
Facilitando a comunicação
 
Conseguiu identificar a sua principal linguagem?

Conseguiu identificar a principal linguagem do seu par?

É importante você comunicar às pessoas como você gostaria de ser amado, qual a sua primeira linguagem, ou seja, aquilo que o faz se sentir único, querido.

Do mesmo jeito, pode perguntar aos outros o que os faz sentirem-se assim e treinar para utilizar essa linguagem quando estiver junto a eles. Uma boa dica é: manter a sua linguagem e juntamente praticar a nova. Um exemplo análogo é uma pessoa falando sem problemas de audição, comunicando-se com outra que os tem. A pessoa com a audição intacta, caso saiba a linguagem de sinais, mantém sua forma habitual de se comunicar (através da fala) e acrescenta a essa a linguagem de sinais. Desse modo ela mantém o que já sabe e se sente bem por poder manter a linguagem com a qual se identifica, mas também se utiliza da forma que o seu receptor a compreenda.
 
Leia este texto também em Via Estelar.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Responsabilidade X Culpa


"O sentimento de culpa evita que a pessoa se responsabilize verdadeiramente pelo seu erro. Esse sentimento acaba permitindo que a pessoa conviva com o erro, já que se pensa que não há o que fazer apenas sentir-se mal"

Vamos imaginar a seguinte situação:
Mariazinha está satisfeita porque alimentou seu cachorrinho com a carne que encontrou na geladeira. Sua satisfação e seu sorriso se vão assim que sua mãe abre a geladeira e começa a gritar: “Maria, você deu a carne do jantar para o cachorro! Você é uma menina muito malvada! Você devia se envergonhar!” Nesse momento, Mariazinha começa a chorar e soluçar. Sua mãe então se acalma e parece até carinhosa. Pensa que ensinou a filha a se arrepender e também a assumir a responsabilidade pelos seus comportamentos. A repetição de situações similares a essa transformam Mariazinha em uma garota boazinha que se sente culpada pelos seus erros.
Durante nossa infância somos ensinados a nos sentir culpados e envergonhados quando cometemos um erro. Passamos a pensar que quando erramos, precisamos ser punidos por isso. A própria culpa já é um modo de autopunição. Aprendemos a confundir responsabilidade com culpa. Desse modo, quando cometemos um erro ou uma omissão, temos a tendência a pensar que basta nos sentirmos muito mal, para assumirmos a responsabilidade.
O que ocorre na prática é o contrário disso. O sentimento de culpa evita que a pessoa se responsabilize verdadeiramente pelo seu erro. Ele acaba permitindo que a pessoa conviva com o erro, já que se pensa que não há o que fazer, apenas sentir-se mal. O erro e a culpa podem assim aos poucos ser associados como parte da própria pessoa. Ela passa a se identificar com o erro e então desenvolver crenças tais como: “eu sou errada”, “eu sou defeituosa”, “sou incapaz” ao invés de pensar: “cometi esse erro, nessa situação específica, diante de tais circunstâncias”.
E ao construir essa percepção impede-se de aprender com o erro e adotar um comportamento diferente no futuro em uma situação semelhante. Dessa maneira, a culpa substitui e paralisa a ação corretiva. O autoconceito da pessoa vai se tornando cada vez mais negativo, sua autoestima cai e sua motivação para agir se esvai - ingredientes muito adequados para criarem uma depressão.
Caixa de e-mails cheia ilustra confusão entre culpa e responsabilidade
Uma analogia para ilustrar a diferença entre culpa e responsabilidade é a caixa de e-mails. Todos os e-mails que chegam ficam na “caixa de entrada”. Se você faz como a maioria das pessoas, você deixa ali todos os e-mails que pedem alguma ação (com o pensamento de “não serem esquecidos”). Isso faz com que a caixa de entrada se transforme, com o passar do tempo, numa pilha de pendências. É bem provável que os e-mails mais antigos dessa pilha peçam uma ação cujo prazo já passou, ou ainda, que não façam mais sentido no momento presente. Esses e-mails não passam agora de lixo. Por que então não movê-los para a “lixeira”? Talvez você responda: “para não esquecer que eu devia fazer aquilo”. O que você acaba por não esquecer é apenas a culpa por não ter feito. Você não deleta o e-mail porque não quer assumir a responsabilidade por não ter feito aquilo. Você tem o direito de não fazer tudo o que lhe pedem.
Muito provavelmente você fez outras coisas mais importantes do que aquilo, no entanto, ainda assim você não se permite esquecer. Aquele e-mail ocupa a sua caixa de entrada, assim como a culpa ocupa a sua mente. E você sofre com cada uma das pendências vencidas que se acumulam. Sente-se oprimido e vítima delas e não tem a coragem de assumir a responsabilidade porque prefere carregar a culpa.
Outro medo comum é achar que, se não sentir mais a culpa, vai cometer o mesmo erro novamente. Se transformar em uma pessoa irresponsável. Essa percepção também gera resistência em se libertar desse sentimento.
A pessoa livre é responsável por seus atos. A responsabilidade é uma escolha que leva a emoções positivas, faz com que a pessoa se perceba como potente, ativa, eliciando a vontade de agir (motivação) e fazendo com que ela se volte para o futuro. A culpa é uma emoção negativa, debilitante, que paralisa e que faz com que a pessoa fique voltada para o passado. Assim a culpa gera passividade, enquanto a responsabilidade gera atividade. Desse modo, a responsabilidade molda o futuro, a culpa prende ao passado.
Culpa é vontade de mudar o passado
O que já está feito não pode ser mudado, desfeito. A culpa é uma vontade de mudar o passado. É uma espécie de desejo do impossível. Daí o sentimento de impotência ou a vontade de fugir para o esquecimento (esquecer aquilo), para a negação de si e da realidade. Quando uma pessoa se responsabiliza por um erro cometido, ela se liberta do passado. O aceita como algo do passado, reconhece a si, aos outros e às situações como imperfeitos (e não ideais) e assim, percebe sua potência para mudar o futuro.
Reconhecer o erro é saudável; assumir a responsabilidade também. Quando fazemos isso podemos tirar algum aprendizado dessa situação, rever a escolha e o comportamentos anterior e planejar alguma estratégia diferente para testarmos no futuro. Desse modo há uma chance maior de acertarmos, do que se nos mantivermos presos à culpa.
Leia esse texto também em Via Estelar.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Respiração diafragmática


"A respiração diafragmática pode ser utilizada por todos nos momentos de tensão e estresse. É o primeiro passo para restabelecer o equilíbrio e também para o relaxamento, desconstruindo o mecanismo de luta ou fuga causado pela respiração torácica"

No mecanismo respiratório existe um músculo que separa o tórax do abdômen chamado diafragma.

O diafragma funciona como uma membrana fazendo com que o abdômen se expanda e se comprima conforme a respiração ocorre. Na inspiração ele desce, expandindo o abdômen e arrastando consigo a base do pulmão, o que aumenta seu volume interno e a sucção do ar. Na expiração, o diafragma vai para cima, comprimindo os pulmões e expulsando o ar.

Esse mecanismo vai se perdendo com a vida sedentária, de modo que em muitas pessoas é como se o diafragma não existisse mais, pois não faz mais esse trabalho. Resta somente a respiração com a parte superior dos pulmões, o que a deixa mais breve e rápida. A repercussão disso é uma menor oxigenação do organismo, bem como o possível aumento de sintomas de ansiedade; uma vez que respirar de maneira rápida causa mudanças fisiológicas, acelerando nosso batimento cardíaco.

Respiração diafragmática

A respiração diafragmática ou respiração profunda é chamada assim porque expande o diafragma e leva o ar rico em oxigênio até o abdômen. É através dessa técnica que se consegue aumentar significantemente a capacidade volumétrica dos pulmões em mais do dobro. Desse modo todo o corpo é mais oxigenado, inclusive o cérebro.

A respiração diafragmática pode ser utilizada por todos nos momentos de tensão e estresse. É o primeiro passo para restabelecer o equilíbrio e também para o relaxamento, desconstruindo o mecanismo de luta ou fuga causado pela respiração torácica. Também é uma excelente ferramenta para quem tem dificuldades para dormir e mesmo para eventos ligados à síndrome do pânico.

Respiração diafragmática: como fazer

• Coloque-se de forma confortável sentado ou deitado;

• Coloque a mão no abdômen (barriga) próxima ao umbigo;

• Feche os olhos e concentre-se em sua respiração;

• Inspire pelo nariz e encha os pulmões de ar, leve-o até o abdômen, percebendo que ele se movimenta. Você pode imaginar que está enchendo uma bexiga que está dentro de sua barriga. Ao inspirar conte até quatro (mentalmente) para que o pulmão e o abdômen fiquem expandidos;

• Retenha o ar por dois tempos (conte até dois mentalmente), mantendo a barriga e os pulmões cheios;

• Expire lentamente pela boca, contando até cinco, esvaziando completamente o pulmão e o abdômen;

• Reinicie os movimentos após reter os pulmões vazios por dois tempos.
Procure efetuar os movimentos respiratórios de tal forma que haja pouco movimento torácico (movimento do peito) e mais movimentos abdominais (movimento de barriga).

Repita dez vezes a respiração ou pratique por aproximadamente três a cinco minutos. Caso você sinta tontura ou veja “bolinhas” ao abrir os olhos, saiba que isso é normal e vai desaparecer. Isso acontece, porque o cérebro recebe mais oxigênio do que está acostumado, mas é interessante ir adaptando o ritmo de forma que fique confortável e não gere sensação de náusea.
É importante que você aprenda a fazer a respiração treinando-a pelo menos uma vez ao dia para ir acostumando seu organismo e torná-la aos poucos mais automática.

Leia este texto também em Via Estelar.